Entrimagens

vira voto

com as crianças, pela democracia

Temos aqui um conjunto de imagens fotográficas que registram cenas de um ato político organizado pelo FPEI (Fórum Paulista de Educação Infantil). Este conjunto se destaca por uma intenção raramente presente em movimentos sociais, mesmo na luta pelos direitos das crianças e à educação: a iniciativa que incorporou crianças como integrantes, junto a demais simpatizantes, estudantes, docentes de universidades, amigas e amigos, lutadores e lutadoras junto ao processo de construção da democracia no país. 

 O ato aconteceu na Praça Dom José Gaspar, região denominada como central da cidade de São Paulo. O objetivo esteve centralizado em discussões sobre os processos democráticos em curso, em véspera de eleições presidenciais no segundo turno, em 2018. Neste ato havia um convite às crianças que passavam pela praça para que desenhassem e pintassem em grandes suportes de papel e demais materiais disponíveis. O chamado às crianças para a participação política e de modo coletivo, junto às adultas e adultos, ainda que não objetivamente, estava ali, posto entre as práticas das pessoas presentes e seus diálogos, ombro a ombro,  com quem  ali passava.

 Por que o uso de pinturas e desenhos? Estas manifestações expressivas permitiram o encontro entre quem lá estava pela manifestação, os transeuntes e os passantes apressados que eventualmente paravam para olhar e ouvir os papos trocados. Uma suspensão no tempo em meio à dinâmica diária da cidade, sobretudo nesta região.  Os atos de desenhar e pintar provocavam diferentes relações entre as pessoas e as aproximavam de algum modo, independentemente da faixa etária. Os desenhos e as pinturas não resultaram simplesmente de observações do entorno, eram múltiplos em seus assuntos. Efêmeros, deixavam o registro visual de um protesto que pretendia, entre outras coisas, considerar  falas, traços, questões trazidas pelas crianças que passavam e paravam, no esboço de uma prática ainda nem tão frequente em manifestos políticos: as crianças, seus anseios, suas falas, suas manifestações plásticas que permanecem na memória quando guardados e provocam reflexões sobre participação política e a presença que é também política das crianças na cidade.

 

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